O Rio Grande do Norte tem uma nova estrela e o seu nome brilha na mídia impulsionado por essa força extraordinária das ditas redes sociais. Falo, claro, da professora Amanda Gurgel. O seu pronunciamento feito na Assembleia Legislativa, numa audiência pública sobre os problemas da Educação no Estado, foi (continua) mostrado em um vídeo difundido no Youtube e no Twitter e, por sua vez reproduzido, milhares de vezes, em saites, blogues e coisas que tais, do país inteiro. Com o mesmo destaque vemos em chamadas de capa em todas as edições onlaine dos principais jornais do país.
Poucos neste país retrataram com tanto realismo o descaso com que o Governo (seja federal, estadual ou municipal) trata o problema da Educação. Impressionante a coragem e a naturalidade - a espontaneidade - de Amanda diante de alguns deputados presentes e da secretária de Educação do Estado. Falou de improviso, fez a sua denúncia e exibiu para todos o contra-cheque de 930 reais, o seu salário mensal. Olhando nos olhos dos senhores deputados, disse: “Com esse salário, os senhores não conseguiriam nem pagar a indumentária que usam para estar aqui”. Silêncio, no semblante de cada um dos representantes do povo um traço de constrangimento. “Eu sou realmente uma professora que pega três ônibus todos os dias para ir ao trabalho e não acho isso bonito. Eu não acho isso interessante. Eu acho que essa é uma situação de opressão”, disse Amanda ao repórter Isaac Lira, da Tribuna do Norte, para uma entrevista que foi publicada quinta-feira, 19, nove dias depois de seu pronunciamento na Assembleia Legislativa.
Outra coisa que chama atenção nessa história da professora Amanda Gurgel. A sua participação da audiência pública realizada na Assembleia Legislativa não mereceu nenhum registro na imprensa local. Nem nos jornais impressos, nem nas colunas políticas, nem na televisão, nem nos blogues. Nem nos rilizes oficiais da própria Assembleia, promotora do debate. A notícia só chegou às redações locais, oito dias depois por conta da explosão provocada pela divulgação do vídeo no Youtube. A imprensa local ficou "engolindo mosca" esse tempo todo. Não procurou ouvir sequer a opinião dos deputados sobre a denúncia grave da professora.
- Quanto mais ignorante é um povo tanto mais fácil é a um governo absoluto exercer sobre ele o se ilimitado poder. É partindo deste principio, tão contrário à marcha progressiva da civilização, que a maior parte dos homens se opõe a que se facilite à mulher os meios de cultivar o seu espírito. Porém, é este um erro que foi e será sempre funesto à prosperidade das nações, como à ventura doméstica do homem.
- A falta de uma boa educação é a causa capital que contribui para que a mulher, no meio da corrupção da sociedade, perca esse norte, o qual não é outro mais que a moral.
- A falta de uma boa educação é a causa capital que contribui para que a mulher, no meio da corrupção da sociedade, perca esse norte, o qual não é outro mais que a moral.
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